Bilionário muda o discurso após anos de alarmismo e adota visão próxima à de Bjorn Lomborg, cético que defende foco em adaptação e combate à pobreza. */ Bill Gates - Créditos: depositphotos.com / Ale_Mi
Porto Velho, RO - Bill Gates rompeu com o alarmismo climático que ajudou a popularizar.
Em memorando publicado na terça, 28, o fundador da Microsoft afirmou que o aquecimento global “não levará ao fim da humanidade” e pediu uma “mudança estratégica” no debate sobre o clima.
Durante anos, Gates foi uma das vozes mais influentes na defesa da meta de emissões líquidas zero até 2050.
Agora, ele diz que o foco deve ser o bem-estar das pessoas e não apenas a temperatura global. “As mudanças climáticas têm consequências sérias, mas não significam o fim da humanidade”, escreveu.
O bilionário critica o que chama de “visão apocalíptica” e afirma que governos estão gastando demais em metas simbólicas e pouco em soluções práticas.
Ele cita investimentos em agricultura resistente, saneamento e sistemas de alerta como medidas mais eficazes para proteger populações vulneráveis. “O que realmente importa é se estamos reduzindo o sofrimento humano”, disse.
A guinada aproxima Gates das ideias do dinamarquês Bjorn Lomborg, autor de The Skeptical Environmentalist, que há anos acusa líderes globais de inflar previsões catastróficas e negligenciar políticas de adaptação.
Lomborg elogiou a nova postura e afirmou que o bilionário “finalmente reconhece que o pânico climático não ajuda ninguém”.
Pesquisadores ligados à Organização das Nações Unidas reagiram com cautela. Eles alertam que reduzir a urgência das metas de emissões pode enfraquecer acordos internacionais.
O empresário sustenta que a tecnologia já barateou as energias limpas e que é possível combater o aquecimento global sem travar o crescimento econômico. “Pergunte sempre: esse gasto está realmente melhorando vidas hoje?”, escreveu.
Com o novo discurso, Gates se afasta da retórica apocalíptica e adota o pragmatismo defendido por críticos do alarmismo climático.
Ao dar razão a vozes como Lomborg, ele reabre a disputa sobre o rumo e a prioridade das políticas globais para o clima.
Fonte: O Antagonista//Alexandre Borges




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