EUA: atleta pede teste genético para futebol feminino e é censurada pelo próprio time

Editors Choice

3/recent/post-list

Geral

3/GERAL/post-list

Mundo

3/Mundo/post-list
Na Mira do Povo

EUA: atleta pede teste genético para futebol feminino e é censurada pelo próprio time

Artigo de Elizabeth Eddy no New York Post pede teste genético para atletas e gera crise no Angel City. // Foto: Divulgação

Porto Velho, RO - A jogadora Elizabeth Eddy, do Angel City, publicou em 27 de outubro um artigo no New York Post pedindo que a liga americana de futebol feminino adote regras baseadas no sexo biológico.

No texto, intitulado “National Women’s Soccer League must adopt gender standards to keep growing”, ela afirmou que a liga corre o risco de “perder sua identidade” se não definir quem pode jogar na categoria feminina.

Eddy escreveu que “preservar os direitos das mulheres e a competitividade justa” é um desafio urgente diante do crescimento do futebol feminino.

Ela propôs duas opções: permitir apenas atletas nascidas com ovários ou usar o teste do gene SRY, que identifica características masculinas no desenvolvimento fetal.

Segundo ela, “evitar a conversa sobre o tema não serve a ninguém” e a liga precisa de “critérios éticos e científicos para garantir igualdade entre mulheres”.

O artigo trouxe uma foto da atacante zambiana Barbra Banda, jogadora do Orlando Pride. A escolha da imagem causou forte reação dentro do Angel City.

Três dias depois, a capitã Sarah Gorden e a vice-capitã Angelina Anderson convocaram uma coletiva para repudiar o texto. “Esse artigo não representa o nosso time. Ele contém tons transfóbicos e racistas”, disse Gorden. Em nota, o clube declarou manter compromisso com “equidade, inclusão e pertencimento”.

A polêmica cresceu porque Banda é mulher biológica e nunca se identificou como trans.

A jogadora já havia sido alvo de boatos sobre aparência física, episódio condenado pela liga. Gorden classificou o uso da imagem como “inerentemente racista”, por associar uma atleta africana a um texto que propõe testes genéticos.

A ex-nadadora Riley Gaines, ativista contrária à participação de atletas trans em esportes femininos, saiu em defesa de Eddy.

“Elas estão chamando sua companheira de time de racista porque ela disse que não quer jogar futebol profissional contra homens”, afirmou Gaines.

Ela considerou a reação injusta e disse que o artigo apenas defende a integridade da categoria. Gaines ficou conhecida após competir contra a nadadora trans Lia Thomas na NCAA e, desde então, lidera campanhas pela separação entre categorias masculinas e femininas.

Atualmente, não há jogadoras trans inscritas na NWSL.

Desde 2022, a liga não tem uma política de gênero em vigor. A regra anterior, que limitava o nível de testosterona, foi abandonada após a chegada da comissária Jessica Berman. Hoje, a inscrição depende apenas da autoidentificação da atleta, sem exames ou critérios objetivos.

Eddy citou exemplos de federações internacionais que já adotaram restrições, como a World Athletics e a Federação Inglesa, que exige que jogadoras tenham nascido com ovários

Essas entidades afirmam que a puberdade masculina cria vantagens permanentes, mesmo após o tratamento hormonal.

Estudos publicados na British Journal of Sports Medicine apontam redução de apenas 5% na força muscular após um ano de supressão hormonal.

O caso reacendeu um debate antigo no esporte americano.

O futebol feminino cresceu sob influência do Title IX, de 1972, que garantiu igualdade de acesso entre homens e mulheres. Desde então, a modalidade se associou a causas identitárias de esquerda.

Jogadoras como Megan Rapinoe, ativista gay de esquerda, defendem a participação de atletas trans, chamando restrições de “crueldade disfarçada de ciência”.

Fonte: O Antagonista//Alexandre Borges

Postar um comentário

0 Comentários