
"O fato da minha mulher pedir a palavra é porque a minha mulher não é cidadã de segunda classe", justificou o presidente brasileiro, reclamando de vazamento. // Foto: Ricardo Stuckert / PR
Porto Velho, RO - Lula foi questionado, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, 14, sobre uma intervenção de Janja (à esquerda na foto) em reunião com Xi Jinping, na China.
Informações de bastidor davam conta de que a primeira-dama brasileira pediu a palavra para criticar o TikTok, por supostamente favorecer a direita no Brasil.
Ao responder, o presidente brasileiro demonstrou desconforto sobre o vazamento das conversas da reunião e defendeu Janja, que “não é cidadã de segunda classe”.
“A primeira coisa que eu acho estranho é: como é que essa pergunta chegou à imprensa? Porque estava[m] só meus ministros lá, o [presidente do Senado Davi] Alcolumbre e o Elmar [Nascimento, vice-presidente da Câmara]. Então, alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que teve num jantar, em que era uma coisa muito, mas muito confidencial. E uma coisa muito pessoal”, reclamou Lula.
“Eu que fiz a pergunta”
Segundo o petista, não foi Janja que levou o TikTok à mesa de jantar, mas ele mesmo.
“E, depois, eu que fiz a pergunta, não foi a Janja. Eu que fiz a pergunta, eu até fico perguntando, que eu vi na matéria, que um ministro estava incomodado, ficou incomodado. Se o ministro estivesse incomodado, deveria ter me procurado e pedido para sair. Eu autorizaria ele [a] sair da sala. Eu fiz uma pergunta para ele, eu perguntei ao companheiro Xi Jinping se era possível ele enviar para o Brasil uma pessoa da confiança dele para a gente discutir a questão digital, e sobretudo TikTok. E, aí, a Janja pediu a palavra, para explicar o que tá acontecendo no Brasil, sobretudo contra as mulheres e contra as crianças. Foi só isso. E ele disse uma coisa: que o Brasil tem um direito de fazer a regulamentação”, disse Lula, repetindo o discurso de que são as minorias que mais sofrem com as redes sociais.
“Ainda bem que estava o Elmar, em nome da Câmara, e o Davi, que sabe que nós temos que regulamentar, sabe que nós temos que regulamentar. Não é possível a gente continuar com as redes digitais cometendo os absurdos que cometem, e a gente não tem a capacidade de fazer uma regulamentação. Então, para mim foi uma coisa simplesmente normal e ele [Xi] vai mandar uma pessoa. Isso que importa. Ele vai mandar uma pessoa especialmente para conversar conosco sobre o que a gente pode fazer nesse mundo digital”, seguiu Lula, antes de desabafar mais uma vez sobre o vazamento da reunião.
“É isso que aconteceu, nada mais do que isso. Eu não sei por que alguém achou que isso era novidade e foi falar para a imprensa. Não sei, sinceramente, eu não sei, mas, de qualquer forma, já saiu, então é isso. A pergunta foi minha, eu não me senti nem um pouco incomodado. O fato da minha mulher pedir a palavra é porque a minha mulher não é cidadã de segunda classe. Ela entende mais de rede digital do que eu, e ela resolveu falar.”
Fonte: O A NTAGONISTA



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