Jared Kushner e Steve Witkoff reconheceram que ainda existem várias questões não resolvidas e que precisam ser negociadas. // ReproduçãoPorto Velho, RO - Os enviados dos Estados Unidos, Jared Kushner e Steve Witkoff, desembarcaram em Israel na segunda-feira, 20 de outubro, em uma tentativa de solidificar a trégua delicada estabelecida em Gaza, um dia após uma série de ataques no enclave que ameaçaram desestabilizar o acordo.
Ambos os enviados reconheceram que ainda existem várias questões importantes não resolvidas e que precisam ser negociadas como parte da segunda fase do cessar-fogo, destinada a ajudar a encerrar permanentemente a guerra.
Entre esses pontos estão o desarmamento do Hamas, uma retirada militar completa de Israel, a implantação de uma força internacional de manutenção da paz e a criação de um novo sistema governamental internacional e palestino para o território devastado.
Essa visita, agendada antes da escalada de tensões durante o fim de semana, visa monitorar a conformidade de Israel e Hamas com os termos do cessar-fogo e discutir as próximas etapas do acordo mediado este mês pelo presidente dos EUA, Donald Trump, com o intuito de pôr fim a dois anos de conflitos devastadores.
Um porta-voz da embaixada americana e um oficial israelense confirmaram a chegada de Kushner e Witkoff a Israel. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, indicou no domingo que também poderia visitar Israel nos próximos dias, com as autoridades israelenses antecipando sua chegada para terça-feira, 21.
Cessar-fogo em risco
O cessar-fogo foi severamente testado no domingo, 19, quando Israel anunciou que dois soldados haviam sido mortos em um ataque de terroristas do Hamas contra tropas israelenses na cidade de Rafah, localizada ao sul da Faixa de Gaza e além da linha amarela, da qual o exército israelense se retirou como parte do acordo.
Em resposta ao incidente, classificado como uma “violação flagrante” do cessar-fogo, Israel realizou ataques aéreos em larga escala contra diversos alvos do Hamas e suspendeu temporariamente a entrada de ajuda humanitária no território.
No entanto, sob pressão dos EUA, o exército israelense anunciou no final do domingo que havia retomado a trégua, enquanto Trump reafirmou que o acordo permanecia em vigor.
Mensagem do ministro da Defesa de Israel
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou na segunda-feira, 20, que havia enviado uma mensagem através de mediadores internacionais alertando que “qualquer terrorista do Hamas encontrado além da linha amarela em território controlado por Israel deve evacuar imediatamente”.
Katz acrescentou que aqueles que permanecerem na área seriam alvos sem aviso prévio, permitindo que as forças de defesa israelenses atuem livremente contra qualquer ameaça.
O exército israelense reconheceu ter disparado contra indivíduos que se aproximaram de suas posições na linha amarela, incluindo dois incidentes ocorridos na segunda-feira no bairro Shejaiya, ao norte de Gaza.
O Hamas, por sua vez, declarou seu compromisso com a trégua e acusou o governo do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de utilizar “pretextos frágeis” para justificar a violação do cessar-fogo.
Fonte: O Antagonista



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