Porto Velho (RO) – Na manhã desta sexta-feira (10), o gabinete do vereador Thiago Tezzari (PSDB), localizado na Câmara Municipal de Porto Velho, foi alvo de uma operação conjunta da Polícia Civil de Rondônia e do Ministério Público Estadual (MP-RO). A ação, denominada “Face Oculta”, é conduzida pela 2ª Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco 2) em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Por determinação da 2ª Vara de Garantias de Porto Velho, o parlamentar foi afastado do cargo por 30 dias de forma cautelar. Além dele, cinco assessores parlamentares também foram suspensos de suas funções e estão proibidos de acessar a Câmara ou manter contato entre si durante as investigações.
Câmara de Porto Velho permanece fechada
O prédio do Legislativo municipal está temporariamente fechado. Nem mesmo servidores e assessores têm permissão para entrar enquanto as equipes da Polícia Civil, Draco e Gaeco realizam buscas e apreensões. O clima é de tensão entre os funcionários e parlamentares.
Suspeitas de “rachadinha” e “funcionários fantasmas”
De acordo com as autoridades, a operação cumpre 26 mandados de busca e apreensão e 6 de afastamento de função pública. As investigações apuram possíveis práticas de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro.
Os alvos são o vereador Thiago Tezzari, seus assessores e pessoas ligadas ao gabinete. Segundo a apuração, o grupo seria responsável por um esquema de “rachadinha”, no qual parte dos salários dos servidores comissionados seria devolvida ao político, além da existência de “funcionários fantasmas”, que recebiam sem trabalhar efetivamente.
As ações policiais ocorrem no gabinete parlamentar, em residências, empresas e em uma associação cultural supostamente vinculada ao grupo. Participam da operação equipes do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Decco), Dracos 1 e 2, Delegacia de Combate à Corrupção (Decor), Denarc, Caex e Gaeco.
Origem do nome da operação
O nome “Face Oculta” faz referência à parte “escondida” dos pagamentos dos assessores, que, segundo as investigações, seria desviada e apropriada pelo vereador, mascarando a verdadeira destinação dos valores.
Em nota, a Gerência de Comunicação Integrada (GCI) da Polícia Civil informou que a operação tem como objetivo preservar a integridade das investigações e impedir qualquer tipo de interferência na coleta e análise das provas.
Resumo da Operação Face Oculta:
Alvos: vereador Thiago Tezzari (PSDB) e cinco assessores
Crimes investigados: associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro
Mandados: 26 de busca e apreensão e 6 de afastamento de função pública
Afastamento: 30 dias
Situação atual: Câmara de Porto Velho fechada; buscas em andamento



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