“Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, afirmou José Jerí. //ReproduçãoPorto Velho, RO - O presidente do Peru, José Jerí, decretou nesta terça-feira, 21 de outubro, estado de emergência em Lima e na cidade de Callao, vizinha à capital, para deter a onda de violência e extorsões atribuídas ao crime organizado.
“O estado de emergência aprovado pelo Conselho de Ministros entra em vigor às 00H00 horas (de quarta-feira) e por 30 dias em Lima Metropolitana e o Callao”, disse Jerí em uma breve mensagem à nação transmitida pela televisão estatal.
“Hoje começamos a mudar a história na luta contra a insegurança no Peru”, acrescentou o presidente recém-chegado ao poder.
Sob o estado de emergência, o governo pode ordenar que as forças armadas saiam às ruas para patrulhar a cidade e colaborar com a polícia na manutenção da ordem.
O governo também pode restringir ou suspender determinadas liberdades públicas, como o direito de reunião e a inviolabilidade do domicílio.
A medida é a primeira ação de grande escala tomada pelo governo em quase duas semanas no poder, em um país que considera a insegurança uma de suas principais preocupações.
“Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, afirmou Jerí, cercado por seu gabinete ministerial.
A capital peruana já esteve parcialmente sob estado de emergência entre março e julho do ano passado, após o assassinato de um cantor popular. Em Lima e Callao vivem mais de 10 milhões de pessoas.
Crise política
Em 10 de outubro, o Congresso peruano destituiu a então presidente Dina Boluarte, dando lugar ao presidente interino José Jerí.
O Congresso peruano votou pela remoção dela do cargo por “incapacidade moral permanente”, uma cláusula constitucional usada para impeachment. A votação foi quase unânime (124 a 0, com abstenções mínimas), realizada em uma sessão noturna de emergência. Boluarte não compareceu para se defender.
Os principais motivos alegados foram aumento da criminalidade (o Peru enfrentava uma onda de violência ligada a gangues criminosas, extorsões e assassinatos), além de escândalos pessoais, corrupção e reformas impopulares.
Com a remoção de Boluarte, José Enrique Jerí Oré, então presidente do Congresso, foi empossado como presidente interino.
O Congresso, dominado por partidos conservadores e de direita, apoia Jerí, mas a transição não resolveu as divisões profundas no país, com facções de esquerda e indígenas exigindo mudanças radicais.
Fonte: O Antagonista



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