.jpg)
O encontro do sagrado e do popular celebra a herança viva dos povos tradicionais do Vale do Guaporé
Porto Velho, RO - A manifestação centenária dos povos do Vale do Guaporé chega à sua 2ª edição da vinda do “O Divino em Porto Velho”. Considerada uma das expressões culturais mais antigas e significativas do Vale do Guaporé, a festividade transformará a capital rondoniense em um palco que reunirá manifestações religiosas, artísticas e populares, entre os dias 13 e 15 de novembro, em Porto Velho.
O evento reunirá povos quilombolas, indígenas, ribeirinhos e colonos bolivianos, herdeiros de uma tradição que atravessa gerações e ultrapassa fronteiras, conectando comunidades pela fé e pelo reconhecimento de uma identidade comum. O encontro tem como propósito valorizar a resistência cultural e preservar a memória coletiva dos povos do Vale.
A programação inclui cortejos, apresentações, cantos e a exposição “O Encontro das Coroas”, que reunirá registros fotográficos e documentais das romarias do Guaporé e de Guajará-Mirim — acervos que datam das décadas de 1980, 1990 e 2000. A mostra ficará aberta por 30 dias no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – Campus Calama, transformando o espaço em um verdadeiro centro de memória e celebração da religiosidade popular.
O grande destaque é o Corte Negra, tradição que completa 127 anos de existência e simboliza o elo entre o sagrado e o popular. Pela primeira vez, essa expressão centenária se torna acessível à população da capital, reafirmando o compromisso com a preservação das práticas e saberes dos povos tradicionais de Rondônia.
O professor, pesquisador e idealizador do projeto, Uilian Nogueira, explica que a 2ª edição da vinda do “O Divino em Porto Velho” é uma manifestação de resistência e afirmação cultural. “Além de reviver o sagrado, a iniciativa busca o reconhecimento oficial da Festa do Divino Espírito Santo como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil , um passo importante para garantir a continuidade dessa herança viva e fortalecer as vozes que mantêm acesa a chama do Divino”, destaca.
Programação
Durante os três dias de encontro, a celebração reunirá romeiros, pesquisadores, artistas e comunidades tradicionais.
- 13 de novembro (quarta-feira)
- 14 de novembro (quinta-feira)
- 15 de novembro (sexta-feira)
Durante todo o período, o público poderá visitar a mostra “O Encontro das Coroas”, no IFRO – Campus Calama, que apresenta registros fotográficos e memoriais das romarias das décadas de 1980, 1990 e 2000.
Texto: Camila Lima // Imagens: Ederson Lauri




0 Comentários