Brasil entra na corrida pelo ouro

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Brasil entra na corrida pelo ouro

Banco Central do Brasil aumentou reservas de ouro 33% em 2025, reduzindo dependência do dólar. De quanto são as reservas de China e EUA?. depositphotos.com / monsit

Porto Velho, RO - O Banco Central do Brasil intensificou a compra de ouro em 2025 depois de quatro anos sem adquirir o metal, aumentando suas reservas em toneladas e despertando atenção no mercado financeiro.

Entre setembro e novembro, a autoridade monetária adicionou cerca de 42,8 toneladas ao seu estoque, que passou de 129,6 para 172,4 toneladas, um salto de 33% no volume mantido pelo país.

No valor financeiro, esse estoque subiu de 11,7 bilhões de dólares em janeiro para 23,3 bilhões em novembro, quase o dobro no acumulado do ano.

O movimento ocorre em um cenário internacional de forte alta nos preços do ouro, que acumulou variação superior a 60% ao longo de 2025, enquanto muitos bancos centrais ao redor do mundo, sobretudo o da China, também reforçam suas participações no metal como alternativa a ativos tradicionais.

No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o aumento das reservas com ouro foi influenciado pela valorização do metal, mas sem o objetivo de ganhos no curto prazo, o que significa que a instituição não planeja se desfazer desse investimento em breve.

Ele ainda destacou que a estratégia busca sustentar um volume de reservas mais amplo para lidar com choques externos.

Esse retorno ao mercado de ouro sinaliza a busca por maior diversificação das reservas internacionais e menor dependência do dólar e ativos americanos.

O dólar ainda é o principal componente das reservas brasileiras, mas sua participação vem caindo ao longo dos anos, ao passo que o ouro passa a ocupar uma fatia maior.

Segundo o Conselho Mundial do Ouro (World Gold Council), os bancos centrais do mundo todo somaram cerca de 687 toneladas de ouro às suas reservas em 2025.

Esse movimento reforça a tendência de redução de exposição a títulos denominados em dólar e busca por proteção diante de incertezas econômicas e políticas.

Os maiores compradores de ouro em 2025 foram a Polônia, com cerca de 90 toneladas, Cazaquistão, com aproximadamente 45 toneladas, Brasil com essas 42,8 toneladas, China, com 30 toneladas e Turquia, que comprou algo entre 15 e 20 toneladas.

A China, sozinha, comprou quase 360 toneladas de outro nos últimos 4 anos, praticamente o dobro das reservas totais do Brasil do metal. Hoje ela conta com aproximadamente 2.300 toneladas em seus estoques. Os EUA tem cerca de 8.133 toneladas.

A decisão do BC brasileiro pode ser interpretada como uma resposta às volatilidades externas e à percepção de que os ativos tradicionais podem não oferecer a mesma estabilidade em tempos de turbulência. Em tese, quanto mais tensa é a situação internacional, mais o ouro se valoriza.

Mesmo com o metal em patamares historicamente altos, a procura pelas reservas reforça a importância que autoridades monetárias atribuem ao metal em seus balanços.

Fonte: O Antagonista

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