Como a dívida pública afeta seu dia a dia

Editors Choice

3/recent/post-list

Geral

3/GERAL/post-list

Mundo

3/Mundo/post-list
Na Mira do Povo

Como a dívida pública afeta seu dia a dia

Entenda como a dívida pública, cada vez maior, pressiona os juros, afetando as famílias e limitando investimentos. /// Créditos: depositphotos.com / artitcom

Porto Velho, RO - A dívida pública brasileira é o volume de dinheiro que o governo pega emprestado para cobrir gastos que superam a sua arrecadação, isto é, por gastar mais do que ganha.

É um tema constante no debate econômico porque indica o quanto o país depende de crédito para funcionar e até onde consegue ir sem comprometer seu futuro.

Quando essa conta cresce rápido, como agora, aumenta a preocupação de investidores, que pressionam pela alta dos juros para valer o risco maior, medida que afeta diretamente o bolso das pessoas, que veem crédito mais caro e menos espaço para os programas sociais.

A principal razão para o tamanho da dívida é a dificuldade histórica de equilibrar gastos e receitas. O governo precisa financiar saúde, educação, aposentadorias e políticas públicas, mas a arrecadação, no Brasil, raramente acompanha o ritmo, pois o governo sempre quer gastar mais.

Para cobrir esse descompasso, recorre ao dinheiro do mercado. O problema é que esse ciclo se retroalimenta: quanto maior for a dívida, maiores os juros a serem pagos, quanto maiores forem os juros que o governo tem que pagar, menos dinheiro sobra para investimentos que poderiam impulsionar o crescimento e melhorar a arrecadação.

A situação recente tem se agravado. Em outubro de 2025, o estoque da dívida pública do Brasil ultrapassou 8,25 trilhões de reais, com alta de 1,62% sobre o mês anterior.

No mesmo período, a relação da dívida pública com o PIB alcançou cerca de 78,6%, e só os juros da dívida consumiram 7,88% do PIB, um recorde recente.

Nos últimos anos, essa proporção variou bastante: declinou até cerca de 51% em 2011, mas subiu de forma constante desde então, chegando perto de 87% em 2020 e se mantendo acima de 75% desde então.

Essa combinação de despesas obrigatórias em alta, benefícios populistas ampliados e dificuldade de cortar gastos aumentou o rombo fiscal.

O resultado é uma dívida que cresce sem sinal claro de contenção. Isso gera desconfiança e reduz o apetite por investimentos de longo prazo, essenciais para gerar emprego e renda.

Para a população, o impacto aparece em etapas. O governo com menos espaço para investir entrega serviços piores e infraestrutura sucateada.

As famílias enfrentam crédito limitado, prestações mais pesadas e menor previsibilidade. As empresas adiam planos de investimento e contratam menos. Tudo isso trava a economia e cria um clima de incerteza.

O futuro da dívida depende da capacidade do país de reduzir gastos, acabar com desperdícios e usar as receitas de forma sustentável. Não é um desafio simples, mas é decisivo para recolocar a economia em rota de crescimento.

Sem isso, a conta continuará subindo e o custo recairá sobre todos.

A discussão sobre limites fiscais mais rígidos, reformas estruturais e eficiência do gasto público deveria ter maior peso nas próximas eleições, mas terá?

E quem for eleito, seja Lula, seja um concorrente (Tarcísio?), terá coragem de impor o remédio amargo para corrigir esse descaminho.

Fonte: O Antagonista//José Inácio Pilar

Postar um comentário

0 Comentários