Lideranças do partido minimizam impacto das perdas. // Foto: reprodução/CBS
Porto Velho, RO - Os republicanos reagiram às derrotas nas eleições locais dos Estados Unidos, na terça, 4, minimizando os resultados.
As lideranças do partido afirmaram que os resultados já eram esperados, por ocorrerem em estados historicamente democratas, e atribuíram as perdas a fatores externos, como a paralisação do governo federal.
O presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou em entrevista que “não houve surpresas” e que as vitórias democratas em “estados e cidades azuis [democratas]” não representam tendência nacional.
Segundo Johnson, o desempenho republicano será melhor nas eleições legislativas de 2026, quando Trump deverá voltar a mobilizar a base conservadora.
O líder da maioria na Câmara, Steve Scalise, também sustentou que os resultados refletem “contextos locais”, lembrando que o republicano venceu a eleição presidencial de 2024.
Trump admitiu que a noite “não foi boa para os republicanos”, mas insistiu que o problema não foi político, e sim circunstancial.
Em declaração na Flórida, ele disse que o impasse orçamentário de 35 dias prejudicou a imagem do partido. “A paralisação foi pior para nós do que para eles”, afirmou.
O presidente ainda culpou sua ausência nas cédulas, dizendo que “quando Trump não está na urna, muitos eleitores ficam em casa”.
Nos bastidores, aliados de Trump também criticaram a qualidade dos candidatos e a falta de foco econômico.
A derrota da republicana Winsome Earle-Sears na Virgínia foi usada como exemplo de uma campanha “desalinhada” com o discurso presidencial.
Assessores próximos afirmam que parte do eleitorado rejeitou o excesso de temas culturais, como debates sobre identidade de gênero, enquanto a inflação e o custo de vida foram decisivos para o voto democrata.
Entre os governistas, o argumento predominante é que as disputas ocorreram em estados de perfil solidamente democrata, como Virgínia, Nova Jersey, Nova York e Califórnia.
Mesmo assim, há preocupação velada sobre o futuro.
Republicanos reconheceram em privado que a base trumpista de baixa frequência eleitoral mostrou pouco engajamento sem o presidente na cédula.
Analistas conservadores apontam que isso reforça a dependência do partido da figura de Trump, um trunfo em eleições presidenciais, mas um risco em disputas locais.
A ala mais pragmática defende mudanças de estratégia.
Integrantes do Congresso sugerem retomar a agenda econômica e reduzir confrontos culturais, enquanto aliados de Trump pedem o oposto: adesão total ao populismo presidencial.
O debate interno sobre o rumo do partido deve se intensificar à medida que se aproximam as eleições de meio de mandato.
Por ora, a narrativa oficial é de tranquilidade.
Republicanos dizem que as derrotas em estados democratas não significam rejeição nacional, mas o mapa eleitoral de 2025 reforçou um aviso: sem resultados econômicos concretos e sem o magnetismo de Trump nas urnas, o partido enfrenta o risco de perder o controle do protagonismo político em 2026.
Fonte: O Antagonista//Alexandre Borges




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