Huang afirma que energia barata e regras flexíveis dão vantagem a empresas chinesas, enquanto os EUA mantêm veto à exportação de chips avançados. // Imagem: IA por Alexandre Borges
Porto Velho, RO - O CEO da Nvidia, Jensen Huang, declarou que a China “vai vencer a corrida da inteligência artificial”.
Ele fez a declaração na quarta, 5, durante o Future of AI Summit, e atribuiu a vantagem do país a custos de energia mais baixos e menos regulações.
“Precisamos de mais otimismo”, afirmou. Para Huang, o excesso de normas estaduais nos Estados Unidos pode gerar “50 regulações diferentes” e atrasar a inovação.
Huang destacou que o governo chinês subsidia energia para grandes centros de dados.
Isso reduz os custos de operação de empresas como ByteDance, Alibaba e Tencent. “A energia é de graça”, disse o executivo. Ele comparou essa política com o ambiente regulatório ocidental, que considera mais restritivo e fragmentado.
O comentário veio dias após o governo americano manter o veto à venda dos chips mais avançados da Nvidia à China.
O presidente Donald Trump afirmou à CBS que os modelos de ponta da série Blackwell não serão liberados. “Os mais avançados, não deixaremos ninguém ter, além dos Estados Unidos”, disse.
Trump admitiu, porém, a possibilidade de autorizar versões modificadas dos chips. Em agosto, ele mencionou um acordo sobre produtos “enfraquecidos”, que respeitariam as restrições de exportação.
A Nvidia e a rival AMD já concordaram em pagar 15% de suas receitas na China ao governo americano para poder vender versões simplificadas.
Huang advertiu que os modelos de IA dos EUA já não estão muito à frente dos chineses.
Ele defende que barrar o acesso da China a chips avançados pode reduzir a influência americana no setor global. Para o CEO, abrir parcialmente o mercado seria uma forma de manter o ecossistema de IA dependente da tecnologia ocidental.
A tensão comercial cresceu desde janeiro, quando o laboratório chinês DeepSeek lançou um modelo de linguagem que surpreendeu o Vale do Silício.
O caso reforçou o alerta de Huang: infraestrutura, energia barata e investimento público podem definir o vencedor da disputa pela liderança em inteligência artificial.
Fonte: O Antagonista//Alexandre Borges




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