Mais de 650 rabinos dos Estados Unidos divulgaram uma carta em que acusam Zohran Mamdani, deputado estadual muçulmano e principal nome da ala socialista do Partido Democrata, de promover um ambiente hostil aos judeus. O texto afirma que o político, favorito da esquerda para disputar a prefeitura de Nova York, ameaça “a segurança e a... /// Foto: Reprodução
Porto Velho, RO - Mais de 650 rabinos dos Estados Unidos divulgaram uma carta em que acusam Zohran Mamdani, deputado estadual muçulmano e principal nome da ala socialista do Partido Democrata, de promover um ambiente hostil aos judeus.
O texto afirma que o político, favorito da esquerda para disputar a prefeitura de Nova York, ameaça “a segurança e a dignidade dos judeus em todas as cidades” e que sua ascensão marca um ponto crítico na normalização do antissionismo no país.
A carta, intitulada “Um chamado rabínico à ação: defendendo o futuro judaico”, foi publicada na quarta, 22, pela organização Jewish Majority.
O documento alerta para o risco de o discurso anti-Israel se tornar pauta dominante no espaço público americano.
Os signatários afirmam que Mamdani se recusa a condenar o slogan “globalize a intifada”, usado em manifestações violentas, e que acusações de “genocídio” contra Israel alimentam o antissemitismo.
O grupo escreve que “quando figuras públicas negam a legitimidade de Israel, deslegitimam também a comunidade judaica e agravam a hostilidade contra o judaísmo e os judeus”.
O texto apela a eleitores e líderes inter-religiosos para que rejeitem “essa perigosa retórica” e defendam o direito dos judeus de viver com segurança e dignidade.
O rabino Ammiel Hirsch, presidente do New York Board of Rabbis, afirmou que as declarações de Mamdani ultrapassam o debate político e atingem diretamente a coesão social. “Essa linguagem estimula o ódio e torna o antissemitismo aceitável na arena pública”, disse.
O rabino Elliot Cosgrove, da Park Avenue Synagogue, acrescentou que “sionismo e autodeterminação judaica são partes inseparáveis da identidade do povo judeu” e que “pedir a um judeu que abandone sua ligação com Israel é ofensivo e inaceitável”.
Mamdani, nascido em Uganda e filho de refugiados, é aliado de parlamentares da ala socialista do Congresso americano.
Ele tem ligações com grupos islâmicos que apoiam o boicote a Israel e tem evitado se retratar por declarações consideradas extremistas por entidades judaicas.
A carta foi divulgada horas antes do último debate entre os pré-candidatos democratas à prefeitura de Nova York. A campanha de Mamdani ainda não se manifestou.
Leia a carta, na íntegra:
Um Chamado Rabínico à Ação: Defendendo o Futuro Judaico
Como rabinos de todos os Estados Unidos comprometidos com a segurança e prosperidade do povo judeu, escrevemos em nossas capacidades pessoais para declarar que não podemos permanecer em silêncio diante do antissionismo crescente e sua normalização política em toda a nossa nação.
Quando figuras públicas como o candidato a prefeito de Nova York, Zohran Mamdani, se recusam a condenar slogans violentos, negam a legitimidade de Israel e acusam o Estado judeu de genocídio, eles, nas palavras do presidente do Conselho de Rabinos de Nova York, Rabino Ammiel Hirsch, “deslegitimam a comunidade judaica e encorajam e exacerbam a hostilidade ao judaísmo e aos judeus”.
Como afirmou o proeminente rabino nova-iorquino Elliot Cosgrove em um sermão recente: “Sionismo, Israel, autodeterminação judaica — não são preferências políticas ou tópicos partidários. São blocos constituintes e fios inseparáveis da minha identidade judaica.
Aceitar-me como judeu, mas pedir-me que deixe minha preocupação pelo povo e Estado de Israel na porta é uma proposição sem sentido e ofensiva, não diferente de me pedir para rejeitar Deus, Torá, mitzvot ou qualquer outro pilar da minha fé”.
Não aceitaremos uma cultura que trata a autodeterminação judaica como um ideal negociável ou a inclusão judaica como algo a ser “concedido”. A segurança e dignidade dos judeus em cada cidade dependem de rejeitar essa falsa escolha.
Portanto, conclamamos todos os americanos que valorizam a paz e a igualdade a participar plenamente do processo democrático para apoiar candidatos que rejeitam a retórica antissemita e antissionista e que afirmam o direito de Israel de existir em paz e segurança.
Também convocamos nossos parceiros inter-religiosos e comunitários a se unirem à comunidade judaica na rejeição dessa retórica perigosa e a afirmar os direitos dos judeus de viver com segurança e dignidade.
Agora é o momento de todos se unirem através de divisões políticas e morais e rejeitar a linguagem que busca deslegitimar nossa identidade judaica e nossa comunidade.“
Fonte: O Antagonista ///Alexandre Borges



0 Comentários